
Depois de um Dezembro e início de ano particularmente chuvosos, o sol reapareceu em todo o seu esplendor. O frio apanhou a “boleia” e está aí façanhudo e com ares de não pretender para já ir embora.
Compreendo a necessidade sempre presente de água, ela é um bem escasso e sem ela não poderíamos sobreviver. Mas confesso que estava já saturada.
Não propriamente da chuva mas dos seus efeitos nefastos: sensação de permanente imersão em ambiente húmido, casa sempre “molhada”, bolor a despontar aqui e ali.
Este sol luminoso e belíssimo aquece-nos enquanto brilha e cabe aqui referir que os dias cresceram já bastante, pelo menos mais uma hora de luz. E neste cenário bem mais aprazível, apetece-me dizer como cantou a grande Violeta Parra: “Gracias a la vida…”
Obrigada à vida que me tem dado tanto! Tendemos a resmungar contra as coisas desagradáveis que nos vão acontecendo mas menos vezes, muito menos vezes, nos debruçamos sobre o que de bom tem colorido a nossa existência.
Hoje relembro esse tema maravilhoso, doce e inspirador de Violeta, cantora chilena de renome mundial. Além de cantar, e se cantava bem, Violeta foi uma artista multifacetada.
Compositora, fundadora da música popular chilena, artista plástica, ceramista de “mão cheia”, pintora, (chegou a expor no Museu do Louvre), bordadeira…
Nesse tema inolvidável que aqui recordo, ela agradece sentidamente à vida tudo o que esta lhe dera até ao momento. E pena é que não se tenha mantido sempre nesta atitude de bem aventurança.
Mas houve motivos fortes para que se amargurasse: dois casamentos falhados, uma terceira relação problemática, a morte de uma filha bebé.
Soçobrando a tanta infelicidade, acabou suicidando-se aos quarenta e sete anos, quando ainda tinha tanto para fazer e criar.
Agradeçamos à vida o que nos dá de graça.
Sejamos felizes e gratos.
Aquele abraço.
SQ
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