

Olá, amigos. Por ter o coração tão pesado, vou hoje tentar falar-vos de assuntos mais “leves”, mais prazerosos. Tentar!
Adoro passear e no último fim de semana resolvi, também eu, dar uma saltada fora de portas. O destino primeiro era Caldas da Rainha, mas até lá, o caminho feito pelas praias, sempre maravilhosas: Pedrogão, Vieira, S. Pedro, Nazaré.
Mas a viagem trouxe associado um lado “negro”- atravessar a desolação do Pinhal do Rei, quase totalmente destruído em 15 de Outubro de 2017.
Um ano decorreu, pois, mas ainda não tivera oportunidade de lá passar nem a procurara, por motivo óbvio. Agora, além da visão horrível de tantas árvores consumidas, ainda de pé, o “espectáculo” de muitas outras, já cortadas e empilhadas em transportes, prontas a seguir viagem.
Mais um crime, disso estou convicta, que passará sem o castigo merecido. E não será por falta de provas, creio também. E a “saga” continua: o Parque Natural de Sintra/Cascais esteve a arder durante toda a noite de sábado e decorrem investigações (!!)
Chegados às Caldas, a cidade, habitualmente animada, fervilhava. Por certo uma iniciativa ou várias em curso e que até ali levaram mais pessoas. Ainda vi o que suponho seria a organização de um desfile etnográfico, com gentes vestidas a preceito e carrocinhas engalanadas.
Próxima paragem, Peniche, para almoço. O costumado movimento de locais e turistas, como eu à procura de um bom peixe! Desta vez não visitei o Forte, apenas passei em frente, mas, de vez em quando volto.
Desta feita não era esse o objectivo, por falta de tempo e por compromissos e também porque, para tal, sempre necessito de adequada preparação psicológica. Percorrer aquelas celas soturnas e lembrar as sevícias, as maldades aí cometidas, não deixa ninguém indiferente. A mim deixa-me de coração ardendo, de tristeza e de raiva.!
Após o almoço um saltinho até Óbidos, cheíssima de gente porque, a acrescer à costumada movimentação, o fim de semana prolongado e o Festival Literário haviam arrastado umas centenas mais! Óbidos é antiga, visitada e revisitada, mas sempre nova a meus olhos. Adoro esta cidadela acolhedora!
Espero não ter acicatado as saudades que têm deste cantinho “à beira mar plantado”. A intenção foi exactamente a contrária.
Portugal é lindo, não é? Um grande abraço lusitano.
*Silvina Queiroz, professora, escreve semanalmente às quartas no LUX24.
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