Miguel Torres, Software Developer e Gestor de Dados, escreve semanalmente no LUX24.

As Jornadas Mundiais da Juventude são um dos maiores eventos realizados em Portugal. Como o nome indica, trata-se de um enorme festival que aproxima a juventude da Igreja Católica. Por outras palavras, aproxima crianças de sacerdotes. E isso pode ser o sonho de alguns.

Não sei quem teve uma ideia destas, mas por este andar já sei quem vai arranjar lá um trabalho temporário como motorista, depois de ter perdido o seu emprego há uns anos por causa de umas viagens a Elvas.

Misturar estes dois mundos num festival é como criar um The Voice Kids da pedofilia com padres a girar cadeiras mais depressa que as pás de um helicóptero. Podiam chamar antes Pedo-Redes de Coura. É como criar um Festival de Amizade Lobo-Ovelha ou um Mercado de Natal para Perús e Bacalhaus.

A Câmara de Lisboa não se importou de receber todo este evento, apesar do perigo para o público que dele advém. Não sei se prometeram despenalizar o abuso sexual de menores tal como o Catar prometeu despenalizar o consumo de álcool. Mas caso isso tenha acontecido, podem seguir o exemplo Catari e reverter a decisão. Depois é só policiar bem todas as escolas primárias e infantários da cidade.

De todo o investimento para receber o evento, destaca-se um palco que custa quase cinco milhões de euros e que tem capacidade para mais de duas mil pessoas. Possivelmente até cabem lá mais

Por exemplo, se virmos o que acontece com os barcos de borracha, a capacidade tanto dá para um adulto e duas crianças ou para dois adultos.

De tal modo, se este palco dá para dois mil sacerdotes, na realidade pode ser ocupado por mil adultos e duas mil crianças.

Será um palco maior do que qualquer outro que foi construído em Portugal. Já estiveram cá os Rolling Stones, os Coldplay e os U2 e nenhum destes grupos trouxe um palco assim. Nem mesmo quando o 50 Cent e o Jorge Jesus partilharam o Estádio do Restelo se viu algo tão grande.

O único palco comparável esteve em Alvalade no ano de 1992, quando Michael Jackson visitou o nosso país pela única vez, acabando o seu concerto com também imensas crianças de mãos dadas com ele ao som de “Heal the World”. Vai ser com certeza um “Revenge of the 90s” bastante diferente.

Muitos criticam estes investimentos em infra-estrutura que apenas serve para uns dias, mas penso que hoje em dia as coisas são diferentes.

Além disso, há sempre uma vantagem neste caso, é que no final não vamos perder com a Grécia.

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