O psicólogo Miguel Silva no LUX24.

A vida e a morte estão ligadas como as duas partes de uma moeda. De um modo geral, afirmo que desde o nascimento se pode esperar a morte e, efetivamente, ocorrem mortes em todos os momentos da vida, embora a probabilidade de ela acontecer aumente com o passar da idade (Ribeiro, 2021).

Evidências científicas demonstram que na primeira metade do século XX, as principais doenças eram infeciosas e/ou transmissíveis, sendo a tuberculose a principal causa de morte até ao aparecimento da penicilina, no final da segunda guerra mundial, e, a seguir, da vacinação. Atualmente, a população tende a sobreviver a estas doenças e a viver com doenças crónicas.

Relativamente às mortes que ocorrem ao longo do ciclo de vida, algumas surgem subitamente. São conhecidas como morte súbita, um fenómeno inesperado, mortal, que acontece na hora seguinte ao aparecimento do primeiro sintoma, em pessoas aparentemente saudáveis (OMS, 2017).

Há uma linha que separa a vida…

Então, aqui, comecemos por abordar a expetativa de uma vida saudável. A Organização Mundial de Saúde (2016), define este conceito como um indicador do número de anos de vida que restam a uma pessoa viver sem doença ou incapacidade.

Portanto, quanto maior for a idade, maior será a probabilidade e a expetativa de morte. No global e nos países desenvolvimentos em especial, o Índice de Envelhecimento tende a aumentar. Este índice calcula-se pelo quociente entre o número de pessoas com idade igual ou superior a 65 anos e o número de pessoas com idades inferiores a 15 anos.

Na União Europeia, Portugal é o terceiro país com um Índice de Envelhecimento mais elevado. Para tal, a consequência é a probabilidade de existência de mais pessoas que antecipam a morte.

E a morte…

O fenómeno “aceleração da morte” é conhecido e aplicado em situações de doença grave ou terminal e existe em cerca uma dezena de países do mundo, como Bélgica, Holanda, Colômbia, Suíça, Canadá, alguns estados dos EUA e Luxemburgo.

Nas palavras de Ribeiro (2021), o aumento da expectativa de vida e a existência de tratamentos cada vez mais eficientes leva as pessoas a pedir para morrer. Um caso real muito conhecido é o do senhor Sampedro, que pediu a morte assistida após sofrer um acidente e ficar tetraplégico, mas o seu pedido foi recusado e acabou por se suicidar ao tomar uma bebida com cianeto de potássio. A justificação da recusa baseava-se no facto de o senhor não ter uma doença terminal.

Posto isto, a psicologia no final da vida indica-nos que, de acordo com Beck (2006) os indivíduos que se aproximam do final da vida sentem uma sensação de tristeza, desespero, medo, ansiedade, perda e solidão.

Aqui, o trabalho em equipa, incluindo a presença do psicólogo, é fundamental para promover as condições necessárias nos últimos tempos de vida, em paz, através de uma boa comunicação e confiança entre o doente e a família, a capacidade para partilhar medos e preocupações e todo o conforto referente aos aspetos físicos, psicológicos e espirituais.

E já sabe, um psicólogo pode ajudar!

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