
A intervenção psicológica na crise requer uma base de teoria específica e exige, do psicólogo, estratégias específicas. Contudo, a qualidade da relação terapêutica criada é fundamental para o sucesso da intervenção (OPP, 2015).
De acordo com Roberts (2005), a crise psicológica é definida como um período de ausência de equilíbrio psicológico, experienciado como o resultado da vivencia de um evento ou de uma situação exigente, em que as estratégias de resolução de problemas habituais não têm sucesso, resultando na diminuição do funcionamento adaptativo.
As reações de stress podem surgir de uma variedade de situações/eventos exigentes. Para tal, a literatura científica tem identificado um padrão inicial de comportamento, biológico, psicológico e de respostas sociais entre as pessoas expostas direta ou indiretamente a cenários de risco de vida. A este padrão inicial de resposta dá-se o nome de Reação Aguda de Stress.
Segundo Young (2001), as principais reações emocionais são: choque emocional, depressão, ansiedade/pânico, culpa, raiva, medo, desespero, irritabilidade, sentimento de luto e/ou de pesar e vulnerabilidade; as principais reações cognitivas são: dificuldade de concentração, dificuldade de tomada de decisão, baixa auto- eficácia, negação, descrença, confusão mental, preocupação e alteração da memória; as principais reações físicas são: taquicardia, hiperventilação, insónia, náuseas, sede, arrepios e suores, alteração do apetite e hipertensão arterial; as principais alterações comportamentais são: desconfiança, agitação, conflito, luta ou fuga e abandono de atividades.
No geral, a maioria das catástrofes que temos vindo a assistir ao longo das últimas décadas (e.g., ataque ao World Trade Center no dia 11 de setembro de 2001; tsunami no sudeste asiático em 2004, entre outros), geram alguma dificuldade na sua compreensão.
Talvez devido ao elevado sofrimento humano, sentimento de injustiça e à velocidade inesperada na qual estes eventos ocorrem, estou certo que estes sejam suficientes para abalar a confiança nas autoridades competentes e na fé em Deus.
Evidências científicas demonstram que existem alguns aspetos do stress pós-traumático que podem estar ausentes, mas que, ainda assim, são bastante dolorosos (e.g., a supressão e o afastamento) (Brown et Gerbarg, 2017).
A supressão é uma forma de desviar da mente os pensamentos e as emoções, ainda que a pessoa possa, de forma consciente, evitar pensar na situação traumática, as emoções “desviadas” poderão procurar outras formas de saída (e.g., através de sintomas físicos). O afastamento funciona como um corte nas ligações importantes entre experiências, pensamentos, sentimentos e valores.
Estes dois aspetos, anteriormente mencionados, permitem o sujeito lidar contra uma dor física insuportável e, concomitantemente, que a pessoa continue a viver de forma “funcional”, mas com um sacrifício emocional muito elevado.
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