
Estou certo de que a guerra, de um modo geral, afeta-nos a todos e gerir as emoções e os sentimentos em situações de crise torna-se cada vez mais um desafio. Todos os dias acedemos, sistematicamente, a notícias sobre o estado da situação (por exemplo, através da TV e/ou da internet) e sentimo-nos, de certa forma, próximos com todas as pessoas que estão a vivenciar cenários desta natureza.
Mesmo tendo em linha de conta que a guerra está a decorrer a milhares de quilómetros de distância da nossa casa, o que nos une e aproxima é o sentimento de humanidade e de injustiça.
Efetivamente, o desrespeito pela dignidade e pelos direitos humanos tem um efeito nocivo e destruidor na vida das pessoas e nas comunidades e, por consequente, perturba a saúde psicológica e o bem-estar coletivo, ao ponto de limitar a promoção da autodeterminação.
Relativamente ao impacto psicológico e emocional da guerra, é importante mencionar que todos reagimos de forma diferente aos acontecimentos perturbadores (por exemplo, visualizar, em direto, imagens sensíveis provenientes da guerra) e que cada um de nós possui capacidades e formas diferentes de lidar com emoções e sentimentos desagradáveis (OPP, 2022).
Assim, é natural que, com todos estes acontecimentos, nos sintamos preocupados, ansiosos, assustados, tristes, com medo, irritados e frustrados. Paralelamente, também podemos sentir dificuldade em concentrarmo-nos ao longo do dia, ou em dormir.
Então, como podemos lidar com tudo isto que estamos a viver e a sentir?
- Para aumentarmos a nossa resiliência é importante praticar o autocuidado (cuidar de mim). Isto não implica que estejamos a ser egoístas quando cuidamos de nós!
Este trabalho interno pressupõe que podemos adaptar-nos e podemos contribuir com aquilo que está ao nosso alcance e, para tal, devemos equilibrar os nossos pensamentos e sentimentos. - Aceitar as nossas emoções. É OK e normal chorar se sentirmos vontade de o fazer.
- Aplique estratégias de gestão de stresse e da ansiedade. Use a ansiedade a seu favor para regular e transformar os sentimentos negativos e desagradáveis. Um psicólogo pode ajudar.
- Definir um tempo de exposição aos noticiários. Evite estar atento a todos os detalhes do que está a acontecer para não se sentir sobrecarregado e desesperado com toda a informação disponível.
- Falar com amigos e familiares.
- Manter uma rotina.
- Realizar atividades de prazer. Por exemplo, dar uma corrida, falar ao telefone com o seu melhor amigo/a ou até saborear a sua comida preferida podem ser exemplos de atividades prazerosas.
Quando cuidamos de nós, estamos a cuidar dos outros. Se os seus pensamentos e sentimentos estão a interferir com a sua capacidade de funcionar no dia-a-dia e a afetar o seu sono, deve procurar ajuda. E já sabe, um psicólogo pode ajudar.
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