

Amor… Um sentimento que nos acompanha há muito tempo seja em relações simétricas (e.g., de casal) como em relações de vinculação em que um dos parceiros tem mais recursos enfatizando a proteção e prestação de cuidados.
Será este sentimento um conto de fadas como as lendas e romances de amor que nos acompanharam desde a infância? A resposta é não. Pare e pense um pouco. Se viajarmos até à cultura ocidental e remontarmos à famosa história de Romeu e Julieta, verificamos que é um excelente exemplo de uma relação romântica. Não estamos a falar de amor, mas sim de paixão romântica!
Assim, facilmente evocamos estes três conceitos: “amor”, paixão” e “desejo”. De acordo com uma investigação levada a cabo pela psicóloga norte-americana Dorothy Tennov (1970), a paixão pode ter uma duração média de 18 a 24 meses. Atualmente, considero que estes dados são questionáveis dado que as “pegadas” do amor sofreram um desvio abrupto, ao longo das décadas, tendo em conta as novas formas de vida e as novas tecnologias de comunicação na vida dos adolescentes.
O conceito de amor vai mais além do mero sentimento que dorme no coração e acorda no cérebro. À luz da psicologia, o amor tem as suas próprias componentes e possui um caminho dividido em três etapas.
Portanto, em relação às componentes do amor, antes de as referir é necessário ter em linha de conta que estas assentam numa base dogmática sobre certas qualidades que são importantes para a sua sobrevivência e bom desempenho (Redondo & Veja, 2018).
Então, as componentes do amor são: a paixão; a intimidade; a decisão/ o compromisso; e a história. Recentemente, os números das componentes do amor aumentaram e foram introduzidos novos elementos constitutivos do comportamento amoroso, a saber: uma escolha acertada do parceiro/a, atração, satisfação sexual, projeto partilhado, compromisso, personalidade, afeto, comunicação, companhia, colaboração, reconhecimento, recursos, capacidades e motivação para resolver os problemas e pedir perdão, e generosidade para perdoar (Caldas, 2019).
Deste modo, estou certo que o difícil não é conquistar, mas sim manter a relação. Esta descrição das componentes do amor é essencial para ajudar a distinguir os sentimentos de amor e de paixão. Paralelamente, torna-se particularmente importante para ajudar a pessoa a decidir se está preparada para dar o “próximo” passo.
Bom, já temos os “ingredientes”. Resta-nos agora “saborear” o caminho do amor. A primeira etapa pressupõe estar apaixonado e querer conquistar. A segunda etapa pressupõe sair da zona de conforto e lutar contra o desejo de querer permanecer eternamente apaixonado.
Nesta etapa a realidade é outra, pois, é necessário tomar uma decisão: em que direção avançar. Para tal, é necessário um projeto de vida e tomar a decisão de o partilhar com a pessoa amada.
Por fim, a terceira etapa consiste em começar uma nova vida enquanto casal na certeza que o mais importante é partilhar com o/a parceiro/a mais tempo do que aquele de que se dispunha antes.
Vamos deixar as “pegadas” do amor viverem eternamente no tempo e criar novas recordações com quem mais amamos para reforçar os vínculos no amor e construir uma relação sólida. Seja qual for a sua etapa do caminho do amor, o mais importante é refletir sobre as suas componentes.
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