
A presidente democrata da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, considerou hoje que a sua vista a Taiwan demonstra o “apoio incondicional” dos Estados Unidos.
Num comunicado publicado pouco após a sua aterragem na ilha, Pelosi e os membros da delegação do Congresso sublinham que a visita “honra o inabalável compromisso no apoio à vibrante democracia em Taiwan”, e asseguram que “não contradiz a política de longa data dos Estados Unidos”, baseada em acordos estabelecidos com Taiwan e a China.
Neste contexto, a delegação reafirma que Washington “continuará a opor-se aos esforços unilaterais para alterar o ‘status quo’”.
O texto indica ainda que este périplo à região do Indo-Pacífico, que inclui Singapura, Malásia – já visitadas -, e ainda a Coreia do Sul e Japão – é centrado na “segurança mútua, parceria económica e governança democrática”, e precisa que as conversações com os líderes de Taiwan se vão centrar na “reafirmação do apoio” ao parceiro e à promoção dos interesses comuns, “incluindo a promoção de uma região do Indo-Pacífico aberta”.
Our visit reiterates that America stands with Taiwan: a robust, vibrant democracy and our important partner in the Indo-Pacific. pic.twitter.com/2sSRJXN6ST
— Nancy Pelosi (@SpeakerPelosi) August 2, 2022
Na primeira visita oficial ao território de algum líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos em 25 anos, sublinha-se no texto que “a solidariedade da América com os 23 milhões de habitantes de Taiwan é hoje mais importante que nunca, e quando o mundo enfrenta a escolha entre autocracia e democracia”.
A líder do Congresso norte-americano aterrou cerca das 16:43 (hora luxemburguesa) em Taiwan, apesar de a China ter ameaçado com “consequências desastrosas” caso se confirmasse a visita de Nancy Pelosi àquele território.
Our delegation’s visit to Taiwan honors America’s unwavering commitment to supporting Taiwan’s vibrant Democracy.
Our discussions with Taiwan leadership reaffirm our support for our partner & promote our shared interests, including advancing a free & open Indo-Pacific region.
— Nancy Pelosi (@SpeakerPelosi) August 2, 2022
The United States continues to oppose unilateral efforts to change the status quo. Read my full statement on our Congressional delegation’s visit to Taiwan here:https://t.co/I2tuY2qFWK
— Nancy Pelosi (@SpeakerPelosi) August 2, 2022
“Caças Su-35 chineses começaram a cruzar o estreito de Taiwan”, que separa a China continental da ilha reivindicada por Pequim, assim que o avião de Pelosi começou a descer para aterrar, segundo anunciou a televisão estatal chinesa CGTN.
Já hoje de manhã, a agência de notícias de Taiwan CNA informou que um navio contratorpedeiro, várias fragatas e navios de telecomunicações da Marinha de Guerra chinesa estavam a caminho da ilha de Lanyu, no sudeste de Taiwan.
Também os Estados Unidos mobilizaram porta-aviões próximos do estreito de Taiwan e estão em estado de alerta.
Entretanto, vídeos divulgados na rede social Twitter mostram alegadas sirenes de defesa a serem accionadas em Pequim e na região de Fujian, na China, após a entrada de avião de Pelosi no espaço aéreo de Taiwan, registado pela página de internet especializada em trajectos de aviões Flightradar24.
A imprensa norte-americana avançou, na semana passada, a possibilidade de a viagem à Ásia de Pelosi passar por Taiwan, sendo que tanto representantes militares como civis chineses alertaram para as possíveis consequências da visita da responsável norte-americana.
A China reivindica soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província rebelde desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para lá, em 1949, depois de perder a guerra civil contra os comunistas.
Taiwan, com quem o país norte-americano não mantém relações oficiais, é uma das principais fontes de conflito entre a China e os EUA, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar em caso de conflito com o gigante asiático.
PCR (PMC) //APN
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