
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou hoje (21) uma “mobilização parcial” dos cidadãos do país, quando a guerra na Ucrânia está quase a chegar ao sétimo mês do conflito, numa mensagem dirigida à nação.
A medida, que entra já em vigor, obedece à necessidade de defender a soberania e a integridade territorial do país, sublinhou o chefe de Estado russo, na mensagem transmitida pela televisão.
A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, está pronta a utilizar “todos os meios” ao seu dispor para “se proteger”, declarou Putin, que acusou o Ocidente de procurar destruir o país.
Tradução do discurso de Vladimir Putin: “O objectivo do Ocidente é debilitar, dividir e finalmente destruir o nosso país. Já estão a afirmar directamente que em 1991 conseguiram dividir a União Soviética e que chegou o momento de a Rússia se desintegrar em muitas regiões que se odeiam de morte.
Hoje, as nossas Forças Armadas, como já tinha dito, actuam numa frente de combate que supera os mil quilómetros e enfrentam sozinhos forças neonazis, para não dizer toda a maquinaria militar do Ocidente. Considero necessário apoiar a proposta do Ministério da Defesa e do Estado Maior Geral de levar a cabo uma mobilização parcial da Federação da Rússia.
A agressiva política anti-russa do Ocidente ultrapassou todos os limites. Ouvimos constantemente ameaças contra o nosso país e contra o nosso povo. Alguns políticos irresponsáveis no Ocidente só sabem discutir planos de apoio à Ucrânia com armamento de longo alcance que permita atacar a Crimeia e outras regiões da Rússia. Em Washington, Londres e Bruxelas, incitam directamente a que Kiev execute acções militares no nosso território.
Dizem já sem rodeios que a Rússia deve esmagada com todos os meios no campo de batalha, com subsequente perda de toda a soberania, sistema político, económico e cultural, com o saque completo do nosso país. E se há uma ameaça à integridade territorial do nosso país, à defesa da Rússia e do nosso povo, então empregaremos sem reservas todos os meios de que dispomos. Isto não é um ‘bluff’.
Os cidadãos da Rússia podem estar seguros da integridade territorial da nossa pátria, da nossa independência e de que a liberdade está garantida e, repito, com todos os meios de que dispomos. E aqueles que tentam chantagear-nos com a ameaça nuclear devem saber que os ventos podem voltar-se na sua direcção.”
Rússia anunciou hoje a mobilização de 300 mil reservistas
Entretanto, o ministro da Defesa da Rússia anunciou hoje a mobilização de 300 mil reservistas e reconheceu que o país perdeu 5.937 soldados durante a campanha na Ucrânia iniciada em fevereiro.
O ministro explicitou os termos da mobilização depois de o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ter anunciado uma “mobilização parcial” dos cidadãos, numa altura em que a guerra na Ucrânia está quase a completar sete meses.
A medida, que entra de imediato em vigor, obedece à necessidade de defender a soberania e a integridade territorial do país, sublinhou o chefe de Estado russo, na mensagem transmitida pela televisão.
A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, está pronta a utilizar “todos os meios” ao seu dispor para “se proteger”, declarou Putin, que acusou o Ocidente de procurar destruir o país.
O anúncio de “mobilização parcial” dos russos em idade de combater abre caminho para uma escalada no conflito na Ucrânia.
“Considero necessário apoiar a proposta [do Ministério da Defesa] de mobilização parcial dos cidadãos na reserva, aqueles que já serviram (…) e com uma experiência pertinente”, declarou.
“O decreto sobre a mobilização parcial foi assinado” e entra hoje em vigor hoje, acrescentou Putin, sublinhando “falar apenas de mobilização parcial”, numa resposta a rumores surgidos nas últimas horas sobre uma mobilização geral.
ND com Lusa
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