
Os minutos anteriores ao início do Inglaterra-Irão, do Grupo B do Mundial2022, ficaram marcados por protestos das duas selecções, com os futebolistas iranianos a absterem-se de cantar o hino nacional e os ingleses a manifestarem-se contra o racismo.
Os onze jogadores escolhidos para o onze inicial pelo seleccionador do Irão, o português Carlos Queiroz, entre os quais o avançado do FC Porto Taremi, mantiveram-se impassíveis no relvado do estádio Khalifa, em Doha, sem proferir uma palavra, enquanto era tocado o hino do país.
O capitão da equipa iraniana, o avançado Alireza Jahanbakhsh, tinha revelado que os jogadores da selecção tomariam uma “decisão coletiva” sobre a possibilidade de não entoarem a letra do hino no jogo de estreia no Mundial2022, como forma de apoio às vítimas das manifestações contra o governo daquele país do Médio Oriente.

Os jogadores iranianos já tinham tomado idêntica posição em 27 de setembro, durante um jogo de preparação para o torneio, realizado na Áustria, perante o Senegal (1-1), tendo, inclusive, envergado roupa sem qualquer referência aos símbolos do Irão.
A indignação no Irão pela morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos, provocou a maior onda de protestos contra o Governo desde 2019, então contra o aumento dos preços da gasolina, num país rico em petróleo.
Masha Amini foi detida em 13 de setembro pela chamada polícia da moralidade em Teerão, por ter, alegadamente, infringido o rígido código de vestuário para as mulheres da República Islâmica, em particular o uso do véu.

Recorde-se que os capitães de sete selecções [Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos e Suíça] manifestaram a sua intenção de usarem em campo a célebre braçadeira com as cores da bandeira LGBTI+, que promove a diversidade e inclusão.
Contudo, a FIFA ameaçou mostrar um cartão amarelo aos jogadores mesmo antes do início do jogo caso usassem a braçadeira ‘One Love‘.
Os jogadores ingleses acabaram por ajoelhar-se antes do início da partida, gesto contra o racismo e a homofobia popularizado pelo piloto Lewis Hamilton na Fórmula 1 e pelas maiores figuras do futebol americano.

ND com Lusa
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