O Sporting, detentor do troféu, e um desfalcado Benfica disputam hoje (20:45, hora luxemburguesa) em Leiria a final 15.ª edição da Taça da Liga em futebol, com os ‘leões’ a partirem como favoritos, apesar da inconsistência vivida nas últimas semanas.
O momento vivido por ambos não é o melhor, mas, ainda assim, e tendo em conta o último confronto entre os dois rivais, para 13.ª jornada da I Liga, em 03 de dezembro de 2021, que resultou num triunfo esclarecedor da equipa campeã nacional em pleno Estádio da Luz (3-1), Rúben Amorim e os seus pupilos terão mais argumentos para conquistar o ‘caneco’, no Estádio Dr. Magalhães Pessoa.
Nos últimos três jogos do campeonato, o Sporting apenas venceu um, diante do Vizela (2-0), tendo fracassado perante o Santa Clara (3-2), equipa que derrotou na quarta-feira, por 2-1, para garantir lugar nesta final, e Sporting de Braga (2-1), no Estádio José Alvalade.
Já o rival ‘encarnado’ ainda não perdeu em 2022, mas cedeu um empate caseiro ante o Moreirense (1-1) e para eliminar o Boavista nas meias-finais da Taça da Liga teve de recorrer ao desempate por grandes penalidades, após um empate a um golo no final do tempo regulamentar, no qual os ‘axadrezados’ obtiveram mais remates à baliza.
As ‘águias’, treinadas por Nelson Veríssimo, ainda procuram o melhor sistema, que tem variado entre o ‘4-3-3’ e o ‘4-4-2’, e têm três baixas de peso para a final: o defesa argentino Nicolás Otamendi, o avançado uruguaio Darwin Núñez, ambos ao serviço das selecções, e ainda Rafa, a recuperar da infecção provocada pelo coronavírus.
O suíço Haris Seferovic, lesionado, também deixa os ‘encarnados’ com menos opções para a frente de ataque.
Se o Benfica não pode contar com três titularíssimos, o Sporting também não terá o capitão Sebastián Coates no eixo defensivo, também por estar ao serviço da selecção, e o lateral Pedro Porro, que regressou aos treinos nos últimos dias, deverá precisar de adquirir ritmo antes de ser lançado de início.
Veríssimo assume importância do troféu após dois anos e meio sem títulos
A equipa de futebol do Benfica está consciente da importância de conquistar Taça da Liga, mas a responsabilidade de o conseguir não é maior devido à falta de títulos há mais de dois anos, assumiu o treinador.
“Temos consciência que o clube não ganha um troféu há dois anos e meio. Sei o que isso representa para o clube, portanto temos consciência da importância do troféu, mas não nos traz mais responsabilidade do que no início da época”, atirou Nelson Veríssimo, no Seixal, em antevisão da final frente ao Sporting.
Por tratar-se se um dérbi, o técnico admitiu que “é sempre um jogo “com emoções diferenciadas” dos restantes, mas frisou, durante a conferência de imprensa, que “o objectivo é sempre o mesmo”, ou seja, “lutar pela vitória e ganhar o jogo”.
E isso vai passar por “colocar competência” nos “dois momentos do jogo”, a atacar e a defender, assim como “na transição defensiva”.
“Acima de tudo, temos de trabalhar as nossas ideias, o nosso processo de jogo. Obviamente temos de ter em conta as características do adversário e tirar partido das suas fragilidades, mas o foco tem de estar sempre na nossa capacidade de transitar, defender, atacar”, apontou o treinador.
Se a equipa o fará nos dois sistemas tácticos já utilizados desde que substituiu Jorge Jesus no comando da equipa, em “4x4x2 ou 4x3x3”, ou mesmo se regressará ao sistema de três defesas, Veríssimo não abriu o jogo, “senão ia estar a dar trunfos a Ruben Amorim”.
“Acho que nunca podemos dizer que naquele sistema não vamos jogar. Sabemos quais são os jogadores que temos no plantel, que essa [três defesas] também é uma possibilidade válida para a equipa jogar. Agora é perceber o momento da equipa e do adversário com quem vamos jogar e qual a estratégia que temos de adoptar para esse jogo”, explicou.
Antes do técnico, o médio Julian Weigl também desvalorizou a escolha do sistema táctico, sublinhando que já jogou “noutros sistemas” e que lhe cabe “dar o melhor para ajudar o treinador e a equipa a ganhar jogos”, como o de sábado, onde promete máximo empenho.
“Vai ser um jogo dividido e importante para nós, pois será o primeiro título em dois anos. Para nós é importante e vamos entrar com tudo”, atirou o alemão, expressando-se em português, antes de passar a responder em inglês às perguntas dos jornalistas.
Para chegar à final, a equipa de Nelson Veríssimo eliminou o Boavista, na terça-feira, após desempate por grandes penalidades, que se seguiu a uma igualdade de 1-1 no tempo regulamentar, enquanto o Sporting derrotou, no dia seguinte, o Santa Clara, por 2-1.
Os ‘eternos rivais’ não se defrontam na final da Taça da Liga desde a época 2008/09, quando os ‘encarnados’ venceram por 3-2, no Estádio do Algarve, após grandes penalidades, num encontro polémico devido a um ‘castigo máximo’ assinalado pelo árbitro Lucílio Batista que permitiu ao Benfica igualar (1-1) o encontro e obrigou ao desempate na marca dos 11 metros.
Rúben Amorim confiante de que vai voltar a vencer o Benfica
O treinador do Sporting, Rúben Amorim, mostrou estar confiante de que o Sporting vai voltar a vencer o Benfica, tal como fez para o campeonato, e reconquistar a Taça da Liga de futebol.
“Estamos num clube grande, que tem de vencer títulos. Estamos na final e tudo pode acontecer. Mas estou confiante de que vamos vencer. Se ganharmos, é mais um troféu que vai para o museu. Se não acontecer, seguimos da mesma maneira e a vida continua. O resto da época continua igual”, disse o técnico, que já venceu duas vezes o troféu como treinador e seis como jogador.
Sobre o Benfica, Amorim rejeitou a ideia de que o Benfica esteja mais pressionado a ganhar por estar a enfrentar um jejum de títulos e assumiu que é uma equipa diferente daquela que enfrentou para o campeonato.
“Esse jogo foi difícil e matámos o jogo quando tínhamos de o fazer. Amanhã (sábado) será um jogo diferente do que foi para o campeonato. É um jogo que decide um título e isso mexe com todos os jogadores. O Benfica não tem mais pressão do que nós. A pressão está do nosso lado, porque temos de ganhar. O facto de termos vencido há menos tempo não nos tira pressão”, assumiu Rúben Amorim.
Depois de dizer que a principal diferença no Benfica será um novo sistema táctico, perspectivando que as ‘águias’ joguem em 4-3-3, o treinador ‘leonino’ abordou ainda as movimentações do mercado de transferências, as críticas a Paulinho e o alegado interesse em Slimani.
“O Paulinho é o melhor avançado português e o que quero para a nossa equipa. O que acontecer no mercado cá estarei para comentar. Tudo o que for feito será de acordo com o que pensamos que é melhor para o Sporting”, concluiu o técnico.
Para chegar à final, a equipa de Rúben Amorim eliminou o Santa Clara, na quarta-feira, por 2-1.
Já o guarda-redes espanhol Adán disse que o Sporting se preparou da melhor forma para enfrentar o Benfica e está em melhores condições do que no ano passado para voltar a vencer a Taça da Liga de futebol.
“Temos boas recordações desta taça. O ano passado ganhámos, mas agora é outro momento. Estamos melhor, crescemos, temos mais experiência, mas a mesma vontade de voltar a ganhar”, disse o guardião ‘leonino’.
Sobre o Benfica, Adán considerou os ‘encarnados’ uma “super equipa, com grandes jogadores, independentemente do momento que atravessa”.
“É uma final e será uma final de 50/50. Do nosso lado há muita vontade de voltar a ganhar”, assegurou.
Habitualmente ‘protegido’ pelo capitão Coates, Adán assumiu que não contar com o defesa uruguaio é uma baixa importante para a equipa.
“Coates é importantíssimo para nós, não só pela sua forma de jogar, mas também pela liderança no grupo. Sentimos a sua falta, mas a mensagem que nos deixou é que está connosco e sabe do que somos capazes como equipa”, concluiu Adán.
O duelo entre ‘águias’, que ganharam sete vezes a Taça da Liga, e ‘leões’, vencedores em três ocasiões, disputam a 15.ª edição do troféu a partir das 20:45, no Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, com arbitragem de Manuel Mota.
ND com Lusa
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