O encenador português Tiago Rodrigues em conferência de imprensa, 05.07.2021 (Photo by Nicolas TUCAT / AFP)

O encenador Tiago Rodrigues, próximo director do Festival d’Avignon, disse hoje que este é o “festival mais belo do mundo”, agradecendo à França por ser novamente país de acolhimento, depois de ter recebido o seu pai durante a ditadura.

“Estou muito feliz por ser nomeado como próximo director do Festival d’Avignon. É o festival mais belo do mundo. É uma aventura a que vou consagrar todas as minhas energias, tentando continuar esta manifestação artística e de democratização do teatro”, afirmou hoje Tiago Rodrigues, em conferência de imprensa, no claustro do Palácio dos Papas, naquela localidade francesa.

A estreia da mais recente peça de Tiago Rodrigues marca hoje o arranque da 75.ª edição do Festival d’Avignon.

O festival desenrola-se até dia 25 e “O Cerejal”, de Anton Tchekhov, com encenação do director artístico do Teatro Nacional D. Maria II, vai fazer mais 10 récitas, para lá da estreia, até dia 17 de julho.

“Quero agradecer à França, país de acolhimento, uma sociedade diversa e aberta, que acolheu tantos portugueses, emigrantes e exilados. Entre eles, o meu pai, que escapou à ditadura portuguesa. Agora, este país, acolhe o seu filho”, afirmou.

Tiago Rodrigues disse que vai deixar o Teatro Nacional D. Maria II nos próximos meses, agradecendo hoje em Avinhão à equipa que o acompanhou até agora em Portugal.

Na conferência de imprensa, Tiago Rodrigues falou em francês e português.

O próximo director do festival, que sucede a Olivier Py e se torna no primeiro responsável do evento fora da francofonia, disse-se “apaixonado” por Avinhão e que sempre foi bem acolhido nesta cidade da Provença.

“Fui muito bem acolhido aqui, desde a primeira vez que vim. É enorme, é caloroso e alimentou uma paixão que agora se consuma”, concluiu.

Em 1946, o Festival d’Avignon começou por ser uma mostra de artes plásticas organizada por René Char, Christian Zervos e Yvonne Zervos, à qual se juntou Jean Vilar, actor e encenador, com três peças de teatro.

Jean Vilar acabou por ser o grande impulsionador do festival e lutou até ao fim da sua vida pela democratização do teatro. Foi também o director do Festival até à sua morte em 1971, tendo sido sucedido por diversas figuras de relevo do teatro.

Dramaturgo, encenador e actor, Prémio Pessoa em 2019, Tiago Rodrigues vem agora juntar-se a estas figuras.

CYF // TDI

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