A Greve das Mulheres é organizada desde 2020 pela JIF-Luxembourg (Journée Internationale de la Femme à Luxembourg)

Este é o terceiro ano de pandemia e o terceiro ano em que será organizada a Greve das Mulheres* no Grão-Ducado, no próximo dia 8 de março. A Greve das Mulheres é organizada desde 2020 pela JIF-Luxembourg (Journée Internationale de la Femme à Luxembourg), plataforma que uma vez por ano organiza este evento no contexto do Dia Internacional da Mulher, que se assinala no dia 8 de março. A central sindical OGBL, através do seu Departamento das Mulheres – OGBL Equality, integra desde a sua fundação a plataforma JIF e participa ativamente na organização da Greve das Mulheres*.

Ao entrarmos no terceiro ano da crise da Covid-19 ficou já bem claro que esta pandemia veio provar, como se ainda fosse necessário fazê-lo, que as mulheres* continuam a ser exploradas, continuam excessivamente expostas a riscos de saúde e são cada vez mais vítimas de violência.

A situação pandémica atual deu infelizmente origem a movimentos de valores antidemocráticos que têm vindo a organizar manifestações no centro da cidade do Luxemburgo desde há meses. Após algumas destas manifestações terem degenerado, um acordo entre a polícia e a autarquia da cidade do Luxemburgo foi estabelecido e prevê agora um perímetro mínimo para este tipo de manifestações, de modo a garantir a segurança pública.

A JIF, que sempre organizou a Greve das Mulheres* em pleno respeito das regras sanitárias e de segurança em vigor, vê-se agora confrontada com uma sanção injustificada, já que lhe foi atribuído o mesmo perímetro de segurança do que para os eventos atrás mencionados e que esses, sim, constituem de fato um risco para a segurança pública.

A JIF conclui assim que uma caixa de Pandora foi aberta através deste acordo que não goza de base legal e constitui uma direta violação do direito fundamental de manifestação. Tirar partido deste acordo para associar no futuro todas as organizações que desejam organizar manifestações na capital do Luxemburgo a organizações anti-democráticas é inaceitável e perigoso para o nosso Estado de direito, considera a JIF.

A Greve das Mulheres é organizada desde 2020 pela JIF-Luxembourg (Journée Internationale de la Femme à Luxembourg)

Embora os responsáveis políticos de todos os quadrantes concordem em afirmar que o trabalho das mulheres* é essencial para manter os laços económicos e sociais nestes tempos de crise, praticamente nenhum progresso social foi feito em termos de salários, saúde, habitação e luta contra a violência feita às mulheres*.

Não se vê qualquer progresso social significativo que permita uma mudança duradoura no sistema económico e nas instituições que oprimem os mais fracos. Nenhuma das promessas políticas feitas no início da pandemia em revalorizar o trabalho das mulheres* e de partilhar equitativamente as tarefas e o trabalho dos cuidadores e cuidadoras foi cumprida.

A privatização do setor da saúde pública continua como dantes. Os preços da habitação explodem. As desigualdades socioeconómicas inclusive aumentaram e as mulheres* continuam a estar na linha da frente. A sexualidade e os corpos das mulheres* continuam a estar no centro das atenções nas relações desiguais de género.

As relações de dominação entre homens e mulheres* acontecem de forma cada vez mais violenta quando se trata de crimes de violação e de feminicídio. Também nesta matéria, não foi demonstrada qualquer vontade política de ter em conta esta violência patriarcal específica que consiste em matar uma mulher* só porque ela é uma mulher*.

A instabilidade da situação sanitária e a precariedade que daí advém vão, sem dúvida, contribuir para um aumento da violência doméstica. E nada parece deter essa espiral, porque basicamente tudo está igual e nem há sinais de mudança à vista. É grotesco, especialmente da perspetiva das primeiras interessadas, as mulheres*.

A JIF considera que as mulheres estão a ser roubadas do seu dinheiro e do seu tempo! Estão-lhes a ser negados alojamentos decentes e acessíveis! Estão a ser violadas e expropriadas dos seus corpos! Isto já é demais!

Este ano, pelo terceiro ano consecutivo, a Greve das Mulheres* vai sublinhar a importância da luta para acabar com o maior roubo da história e para expulsar o patriarcado dos corpos e das mentes das mulheres, e da sociedade!

É por isso que a JIF exige justiça salarial, horários de trabalho mais curtos para todas e todos, três meses de licença de parto para todas e todos, o direito à habitação como um direito fundamental para todas e todos, e uma luta mais eficaz contra a violência feita às mulheres.

(*) Mulher: qualquer pessoa que socialmente se identifica como mulher, independentemente do seu sexo ou género escolhido.

 

=> A OGBL informa e explica. A OGBL é a n°1 na defesa dos direitos e dos interesses dos trabalhadores e dos reformados portugueses e lusófonos. Para qualquer questão, contacte o nosso Serviço Informação, Aconselhamento e Assistência (SICA), através do tel. 26 54 37 77 (8h-12h, 13h-17h). Até nova ordem e enquanto vigorarem as restrições relativas à pandemia da covid-19, pedimos aos nossos membros para passarem nas nossas agências apenas quando têm marcação (rendez-vous). Para mais informações: www.ogbl.lu. Para se tornar membro: hello.ogbl.lu

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